George Ortins vai recorrer da decisão do Tribunal, que decretou a perda de mandato de Presidente da Junta de Freguesia da Luz, pelos crimes de peculato e falsificação de documentos.
Em comunicado, o ex. autarca do Partido Socialista admite ter falhado mas reitera que só teve intenção de ajudar os mais vulneráveis. Refere ainda que a justiça foi aplicada de forma desigual:
"George Ortins - Comunicado
Face às notícias relativas à sentença do caso judicial em que fui envolvido, julgo muito importante esclarecer e contextualizar os factos, sublinhando que as faltas administrativas não devem ser confundidas com crimes dolosos, nem justificam a gravidade das penas aplicadas.
"Ao longo de 12 anos, dediquei a minha vida à Freguesia da Luz com um único propósito: servir a população com honestidade e trabalho. Hoje, vejo-me injustamente sentenciado por atos que nunca cometi por ambição pessoal ou para meu benefício pessoal.
É verdade que, na gestão dos materiais públicos, podem ter ocorrido falhas processuais - e assumo a minha responsabilidade por isso. Mas nunca, em momento algum, houve enriquecimento ilícito ou má-fé da minha parte. Continuo a viver com humildade, sem qualquer benefício indevido.
Os materiais em questão foram distribuídos a pessoas que me foram procurar a pedir ajuda - para abrigar animais, construir telheiros ou ajudar famílias carenciadas. Se o processo administrativo não seguiu todos os trâmites formais, o objetivo foi sempre o de ajudar a nossa comunidade.
Lamento profundamente não ter denunciado a tempo os graves desvios que chegaram ao meu conhecimento no passado, como a duplicação de verbas para a casa funerária ou a mistura de contas pessoais com dinheiro público por parte de anteriores responsáveis. Errei por omissão, e aprendi com isso.
O que mais me dói é ver a justiça ser aplicada de forma tão desigual. Condenam-me por tentar ajudar dentro das minhas possibilidades, enquanto outros que cometeram irregularidades para fins eleitorais e pessoais continuam impunes.
Peço apenas que me julguem com a mesma medida com que deveriam julgar todos: pela intenção e pelos resultados concretos para a população. Nunca lutei por poder ou riqueza - lutei pelos mais vulneráveis. E isso, com orgulho, mantenho intacto, e irei recorrer da decisão judicial por achar que não está de acordo com a realidade dos factos.
Luz, 14 de maio de 2025"
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