OPINIÃO: VICTOR RUI DORES | Não é postura, é atitude!



Não é postura, é atitude!

 

  Sem ser linguista nem gramático, custa-me ver maltratada a língua portuguesa nos meios de comunicação social, e não só. São erros de ortografia e pontapés na sintaxe a rodos. As causas e consequências são muitas e, num país onde há mais telemóveis do que habitantes, basta ver o que se passa nas desvairadas redes sociais… Quem não lê, fala mal e escreve pior. E, já se sabe: a massificação do ensino e a subsequente baixa dos níveis de exigência que, não raro, toca as raias do facilitismo, deu no que deu…

Seguidor atento da televisão, da rádio e dos jornais, tenho vindo a colecionar fífias linguísticas, algumas das quais já aqui partilhei com os prezados leitores.




          Hoje volto à carga com mais uma cornada na língua de Camões, que, diariamente, vou ouvindo na boca de gente de todas as fases etárias e graus académicos, e que é de pôr as mãos à cabeça: a contínua e continuada confusão entre postura e atitude.

Ó criaturas de Deus (principalmente políticos, comentadores e jornalistas), consultai os dicionários (que ainda devem existir por aí) e vereis que a semântica, tal como o algodão, não engana.

Em rigor, postura remete para:

a) deliberações camarárias;

 b) certa posição do corpo;

 c) os ovos que as galinhas põem durante um certo período.

“Não gosto da postura deste governo”, disse um deputado da oposição da nossa praça. Supina asneira. Postura deve aqui ser substituído por atitude: “Não gosto da atitude deste governo”. Assim é que é.

A menos que, na frase acima referida, se esteja a confundir governo com galinheiro…

 

                                                                                                              Victor Rui Dores

 






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