OPINIÃO: ALMARIM SILVA | Outubro Rosa

 




Ilha Graciosa, traços de um perfil de saúde da comunidade que aqui habita.

Outubro Rosa.






Neste mês de outubro, veremos laivos dinâmicos de rosa na nossa ilha branca com o propósito de fomentar a consciencialização e a adesão à prevenção e diagnóstico precoce do cancro da mama. O tom de rosa estará a lembrarmo-nos, continuamente, de que o cancro da mama é um problema de saúde pública relevante e que carece da nossa melhor atenção. Junto da Unidade de Saúde da Ilha Graciosa, a Unidade Móvel, dedicada ao Rastreio Organizado de Cancro de Mama nos Açores, está preparada para acolher mulheres ali inscritas com idades entre os 45 e 74 anos, sem sintomatologia nem patologia prévia da mama. Serão cerca de 825 mulheres!! Que aceitem o convite.

Dados estatísticos recentes revelam que o cancro da mama é o mais prevalente em Portugal e em todo mundo. Embora não seja dos mais letais, apresenta uma alta incidência e uma alta mortalidade. No contexto nacional, anualmente são detetados cerca de 9.000 novos casos de cancro da mama. Nos Açores, são diagnosticados, por ano, cerca de 130 novos casos de cancro da mama na mulher. Apesar de ser o tipo de cancro com maior número de casos na mulher (1 caso a cada 8 mulheres), cerca de 1 em cada 100 cancros da mama desenvolvem-se no homem.

De acordo com dados publicados pelo Centro de Oncologia dos Açores (COA), entre 1997-2016 (20 anos), na Graciosa, surgiram cerca de 43 novos casos por 100.000 habitantes, em média, 3 novos casos de cancro da mama por ano. No contexto regional, a Graciosa revelava-se a quinta ilha com menor proporção de novos casos de cancro da mama.

Apesar da importância de se desenvolver esta vigilância epidemiológica, temos de nos mobilizar na promoção do rastreio do cancro da mama. Esta conduta é essencial e permite um diagnostico precoce de episódios, possibilitando por um lado tratamentos menos mutilantes e traumatizantes e, por outro, melhor sobrevida e qualidade de vida da população alvo. O autoexame da mama, o exame clínico da mama e a mamografia são meios fundamentais para um diagnóstico precoce.

Na Região Autónoma dos Açores (RAA) está implementado o Rastreio Organizado de Cancro de Mama nos Açores (ROCMA). É uma atividade de medicina preventiva, cientificamente validada, que consiste na realização de uma mamografia de rastreio a cada 2 anos junto das mulheres com idades compreendidas entre os 45 e os 74 anos, sem sintomatologia nem patologia prévia da mama. Durante o biénio 2025-2026, o ROCMA estará a percorrer a sua 9º volta pelos Açores. Neste momento, a Graciosa tornou-se palco do mesmo, estando a Unidade Móvel na nossa ilha. Nas 8 passagens do ROCMA pela Graciosa, observou-se taxas de participação positivas, como se verifica no Quadro 1. A melhor taxa de participação foi no biénio 2015/2016 onde, por cada 100 mulheres convocadas, 92 participaram no ROCMA.



Nesta 9ª volta, pretende-se atingir na Graciosa, no mínimo, uma taxa de participação na ordem dos 75%. Certamente que toda a Graciosa envolver-se-á, solidariamente, na superação deste objetivo. Relembra-se que, se a mulher não puder comparecer no dia, na hora e/ou no local indicado., deverá solicitar a sua remarcação ligando para USIG ou para o Centro de Oncologia dos Açores. Revejam a data e o horário da convocação. As convocações foram efetuadas por carta. Deverão fazer-se acompanhar pelo cartão de cidadão e da carta da convocatória.

No biénio 2013/2014, observou-se o maior nº de cancros diagnosticados no âmbito do ROCMA. Por cada 1000 mulheres que participaram no ROCMA, 11 revelaram cancro da mama. O Quadro 2. revela a evolução do número de episódios de cancro diagnosticados no âmbito do ROCMA desde a sua primeira volta pela Graciosa.



Vale a pena fazer o rastreio. A deteção atempada do cancro da mama aumenta, consideravelmente, as hipóteses de cura. Para assegurar a eficiência deste rastreio é essencial realizá-lo de dois em dois anos, sem interrupções, até os 74 anos de idade. Fazer testes regularmente para encontrar o cancro da mama permite detetar a doença mais cedo.

Entretanto, ao longo deste intervalo de dois anos, estejamos atentos a possíveis alterações: pequeno nódulo ou espessamento localizado que seja palpável; assimetria, deformação ou rigidez dos contornos da mama; retração da pele, descamação ou crostas e corrimento mamilar. Perante qualquer destes sinais, consultemos os nossos profissionais de saúde de referência.

Participe neste rastreio. É uma ação pela vida. Abrace esta causa. haja saúde!


Nota: dados disponibilizados pelo Centro de Oncologia dos Açores.









 


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